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domingo, 26 de junho de 2011

5. Correntes Sobre O Arrebatamento

I – A Corrente Pré-Tribulacionista

Crê que a Igreja será arrebatada antes da Grande Tribulação. Exemplo: Noé e Ló.

Enquanto Apocalipse 1, 2 e 3 faz menção a Igreja 19 vezes, do capítulo 4 ao 19 nada fala sobre ela, mas trata da Tribulação na terra.

No capítulo 21 a Igreja é chamada de esposa, portanto, no intervalo da Grande Tribulação, foi levada ao céu para ser desposada:

Então, veio um dos sete anjos que têm as sete taças cheias dos últimos sete flagelos e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro;” (Ap 21:9)

A promessa feita à Igreja de Filadélfia também é uma das bases dos pré-tribulacionistas:

Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra”. (Ap 3:10)

Os ensinos de Paulo também corroboram com o pensamento pré-tribulacionista:  

e para aguardardes dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos livra da ira vindoura”. (1 Ts 1:10)

porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo,” (1 Ts 5;9)

Obs: 1 Tessalonicenses 5 trata da volta de Cristo.

No final da Tribulação, o Messias virá salvar Israel. Zacarias diz como isso irá acontecer:

(4)   “Naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade, para o sul. (5)   Fugireis pelo vale dos meus montes, porque o vale dos montes chegará até Azal; sim, fugireis como fugistes do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá; então, virá o Senhor, meu Deus, e todos os santos, com ele”. (Zc 14:4, 5)

Obs: para que todos os santos estejam com Jesus, nesse momento, supõe-se que será necessário um encontro anterior a isso.

Os pós-tribulacionistas dizem que não se pode confundir Tribulação com Ira Vindoura, mas observe que a ira do Cordeiro é derramada quando Ele está em seu trono, e esse período é descrito como o tempo da Tribulação.

(16)   “e disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, (17)   porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?” (Ap 6:16, 17)

Os pré-tribulacionistas consideram a Igreja distinta de Israel. Alguns fatos ocorrerão com Israel, e outros fatos distintos ocorrerão com a Igreja.

(15)   “Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê entenda), (16)   então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes; (17)   quem estiver sobre o eirado não desça a tirar de casa alguma coisa; (18)   e quem estiver no campo não volte atrás para buscar a sua capa. (19)   Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias! (20)   Orai para que a vossa fuga não se dê no inverno, nem no sábado;” (Mt 24:15-20)

Principais Características do Pré-Tribulacionismo

1)   Crêem na iminência da vinda de Cristo. O Arrebatamento pode acontecer a qualquer momento. (Mt 24:37-44; 1 Ts 5:1-6)

2)  O Arrebatamento acontece antes da Tribulação.

3)  Apocalipse 3:10 é para antes da Tribulação.

4)  A Bíblia deve ser interpretada literalmente.

5) A Igreja será guardada da hora da provação.

6) A Igreja é isenta da ira de Deus, derramada na tribulação. (Ap 6:17; 1 Ts 1:10 e 5:9)

II – A Corrente Midi-Tribulacionista

O Midi-Tribulacionismo defende o pensamento de que a Igreja passará pela primeira metade da Tribulação, ou seja, os três anos e meio de um total de sete anos.

O princípio dessa teoria está na interpretação da palavra “escolhidos” mencionados por Jesus em seu discurso (Mt 24:22), como referência não a judeus, mas aos santos no sentido usual da Igreja.

Essa ideia fundamenta-se em duas bases:

1. Os Evangelhos segundo Mateus e Marcos foram escritos algum tempo depois das Epístolas de Paulo terem sido escritas e terem circulado entre as Igrejas. Portanto, o vocabulário de Paulo era familiar aos crentes daqueles dias. Então é razoável esperar que se o Senhor tivesse desejado dizer por “escolhidos” algo diferente daquilo que Paulo queria dizer em passagens como Romanos 8:33, certamente Mateus e Marcos teriam dado alguma indicação deste fato, para evitar confusão.

2. Quando Jesus anunciou a destruição vindoura, em Mateus 24:15, falou na segunda pessoa do plural (“quando pois virdes...”), referindo-se aos seus discípulos, ou seja, os representantes da Igreja. Além disso, a advertência feita por Jesus em Mateus 24:15 é muito semelhante a de Paulo à Igreja de Tessalônica (2 Ts 2:14), e aí, temos que nos lembrar que os tessalonicenses eram primariamente gentios e não judeus.

o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus”. (2 Ts 2:4)

Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê entenda),” (Mt 24:15)

Para os midi-tribulacionistas, a tribulação será severa, mas breve. Jesus instruiu seus discípulos a vigiar cuidadosamente até aparecer no lugar santo “o abominável da desolação”.

(21)   “porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais. (22)   Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados”.  (Mt 24:21-22)

 Para os midi-tribulacionistas, o Arrebatamento acontece no tocar da sétima trombeta (Ap 11:15). O tempo da ira para a injustiça e o tempo de galardões para os justos em Cristo. Ou seja, a Igreja estará presente na primeira metade da Tribulação passando por adversidades relativamente leves.

O que define o início da Tribulação é a aliança patrocinada pelo Anti-Cristo, e não o Arrebatamento da Igreja.

“Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele”. (Dn 9:27)

III – A Corrente do Arrebatamento Parcial

Crê que apenas uma parte da Igreja será arrebatada, e a outra permanecerá na Grande Tribulação por não estar preparada.

A ênfase dessa corrente está nas pessoas e não no tempo em que o Arrebatamento acontecerá, se antes, durante ou depois da Tribulação.

Somente os que esperam Jesus para a salvação é que serão arrebatados:

assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação”. (Hb 9:28)

“Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do Homem”. (Lc 21:36)

“Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda”. (1 Jo 2:28)

A Parábola das Dez Virgens, narrada por Jesus em Mateus 25:1-13, é a grande base da Corrente do Arrebatamento Parcial.

“Então, o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram a encontrar-se com o noivo.Cinco dentre elas eram néscias, e cinco, prudentes. As néscias, ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo; no entanto, as prudentes, além das lâmpadas, levaram azeite nas vasilhas.E, tardando o noivo, foram todas tomadas de sono e adormeceram.Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! Saí ao seu encontro! Então, se levantaram todas aquelas virgens e prepararam as suas lâmpadas. E as néscias disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão se apagando. Mas as prudentes responderam: Não, para que não nos falte a nós e a vós outras! Ide, antes, aos que o vendem e comprai-o. E, saindo elas para comprar, chegou o noivo, e as que estavam apercebidas entraram com ele para as bodas; e fechou-se a porta. Mais tarde, chegaram as virgens néscias, clamando: Senhor, senhor, abre-nos a porta! Mas ele respondeu: Em verdade vos digo que não vos conheço. Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora”.

a)  Todas as dez eram virgens. Elas não se auto-intitulam virgens, mas são chamadas de virgens pelo Senhor.

b)  Todas as dez tinham lâmpadas acesas, o que significa que a profissão de fé era apoiada nas boas obras.

c) Elas saem com o desejo de se encontrarem com o noivo, indicando um coração convertido.

d) As virgens néscias e as prudentes adormecem e acordam juntas.

e)  As virgens néscias estão prontas para entrar se o noivo chegar cedo, mas não estão prontas se chegar tarde.

Repare que elas continuam sendo virgens, o que é essencial para o Arrebatamento, mas falta-lhes uma segunda medida de azeite. Isso contrasta com os descrentes, que não têm como satisfazer nenhuma das duas qualificações.

Os que resistem a essa doutrina, se apegam ao fato de que a Corrente do Arrebatamento Parcial baseia-se num princípio de obras, que se opõe aos ensinos da graça.

“Ora, se invocais como Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo as obras de cada um, portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação,”  (1 Pe 1:17)

IV – A Corrente Pós-Tribulacionista

O aspecto principal dessa Corrente, obviamente, é que a Igreja não será removida do mundo antes da Tribulação, mas passará por ela, suportando esse tempo pela graça e poder de Deus.

Os eleitos presentes na Tribulação, segundo os Pós-Tribulacionistas, é referência à Igreja e não a Israel.

Eles acreditam que a volta do Senhor será um evento unitário, não terá duas etapas.

Os Pós-tribulacionistas fazem distinção entre a ira de Deus e a Tribulação.

“Thymos” = “rompimento violento de ira” (18 vezes no Novo Testamento, em 9 emprega-se à Ira de Deus no Apocalipse)

“Orgè” = “estado firme de ira” (27 vezes no Novo Testamento,  em todas se refere à Ira de Deus)

“Thlipsis” e o verbo “Thlibò” = “tribulação” (55 vezes no Novo Testamento, em 47 oportunidades tem conexão com tribulação suportada pelos santos, e duas vezes se refere à Ira de Deus contra pecadores, mas nenhuma delas durante a septuagésima semana de Daniel)

Tribulação e angústia virão sobre a alma de qualquer homem que faz o mal, ao judeu primeiro e também ao grego;”  (1 Rm 2:9)

se, de fato, é justo para com Deus que ele dê em paga tribulação aos que vos atribulam”  (2 Ts 1:6)

A Tribulação, portanto, não é a ira de Deus contra os pecadores, mas, sim, a ira de Satanás, do Anticristo, e dos ímpios contra os santos.

Os Pós-tribulacionistas também se utilizam da experiência de Daniel na cova dos leões e de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego na fornalha. Eles não foram livres “da” hora da tribulação, mas “na” hora da tribulação.

“Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do Homem”. (Lc 21:36)

A palavra escapar foi traduzida da palavra grega “ekpheugó” que literalmente significa “escapar do meio de”. Ou seja, o escape é  pra quem estiver passando por  algo difícil, no caso, a Tribulação.

Muita controvérsia há entre os pré e os pós-tribulacionistas em relação a Ap 3:10:

“Porque  guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra”.

A interpretação desse versículo depende da interpretação que se dá à preposição “ek”. “da (ek) hora da provação” .

Os pós-tribulacionistas argumentam que o sentido primário de “ek”  é “sair de dentro”. Obviamente, só sai de dentro quem está dentro.

João usa a palavra “ek” 336 vezes, muito mais do que qualquer outro autor no Novo Testamento.

Também deve ser considerada, em Apocalipse 3:10, a palavra guardar:

“eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro...”

O verbo “guardar” foi traduzido do verbo grego “tèreo” que é sempre utilizado quando significa proteção dentro da esfera de perigo, como em João 17:15:

“não peço que os tire do (ek) mundo; e sim que os guardes (tèreo) do (ek) mal”.

O perigo está implícito na ideia de guardar. Se a Igreja estiver no céu nesta ocasião, que perigo estaria correndo, perguntam os pós-tribulacionistas.

O pós-tribulacionistas dão outra ênfase ao texto de Paulo sobre o Arrebatamento:

“depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o
encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor”. (1 Ts 4:17)

Paulo diz que seremos arrebatados para o encontro do Senhor. A palavra grega “apantèsis” que é traduzida para “encontro” aparece somente em mais dois lugares no Novo Testamento:

“Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! Saí ao seu encontro!”  (Mt 25:6)

”Tendo ali os irmãos ouvido notícias nossas, vieram ao nosso encontro até à Praça de Ápio e às Três Vendas. Vendo-os Paulo e dando, por isso, graças a Deus, sentiu-se mais animado”. (At 28:15)

Nas duas passagens bíblicas, a palavra encontro (apantèsis) está relacionada a um contexto de boas vindas. Por essa razão, os pós-tribulacionistas crêem que no fim da Tribulação Jesus voltará, os mortos ressuscitarão primeiro, os crentes que estiverem vivos se unem a eles, formando uma grande comitiva de boas-vindas que vai ao encontro do Senhor. 

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